leituras insones e a eterna reflexão de por que escrever.
o farol do sorriso que se acende ao ler que saramago é um coitadinho. não sabe o que diz nem diz o que escreve. quando tiveres algo para dizer, escreve. quando não tiveres nada para dizer, escreve ainda mais. que é essa a escrita livre, a verdadeira e única escrita que interessa nas veias de quem ergue a pena e a escrita que tropeça nos corredores da mente de quem lê. a escrita sem o preconceito do discurso, sem a pretensão da verdade a ser lida.
e que sim, que renard é que sabe. e que vergílio acaba com a discussão quando diz que escreve sem razão. todas as razões para escrever são apenas não-razões. e de todas as não-razões para escrever, a nossa é a mais válida de todas. e talvez por isso, azia, os poetas continuem a cagar (lá do seu alto) na décima musa.
a minha não-razão? disse-a sepúlveda há uns anos.
"escrevo porque tenho memória e a cultivo escrevendo..." (...) "a palavra escrita é o maior e mais invulnerável dos refúgios, porque as suas pedras são ligadas pela argamassa da memória."
e soube hoje que ganhou mais força ainda às custas do nobel. escreverei sempre que não tenha nada para dizer. e quando não me sobrarem mais nadas para dizer, escreverei sobre isso. com a força com que se luta contra a amnésia. e sem razão nenhuma.
2 Comments:
mas quem é que vos quer impedir de escrever, cárálho?
ninguém, foda-se!!!
quer dizer, só o saramago! ninguém, portanto.
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