sábado, abril 25, 2009

isto os dias não são dias. são noites.

mas não contem a ninguém

bem, mais tarde ou mais cedo vocês iam descobrir por isso prefiro que saibam por mim. a verdade é que eu não ando a comer a soraia chaves.

sweet dreams are made of this

ela não gostava de ter sonhos cor-de-rosa porque não tinha nenhum pijama a condizer.

ponto de vista

não tenho insónias. tenho é jet-lag nos olhos.

quis vincar a sua posição com tanta força que, para mudar de opinião, teve que ir à 5 a sec.

pensar custa

se é daquelas pessoas preocupadas com a crise a ponto de comprar um livro com conselhos e dicas sobre como poupar, podia começar por não comprar um daqueles livros com conselhos e dicas sobre como poupar.

se tem medo do escuro, é melhor ir pagando a conta da electricidade.

mais vale um pássaro na mão do que dois a voar. a não ser que sejam duas avestruzes, que ainda é coisa para render uns trocos.

a ternura dos quarenta

aos quarenta voltou a sentir aquele nervoso miudinho no estômago, aquele nó na garganta, aquele palpitar do coração. nunca pensou que fosse possível voltar a estar apaixonado. na verdade, andava só a abusar dos fritos.

25 de abril


sempre, caralho.

não foi para isto que se fez o 25 de abril (iii)

[ou: emma goldman revisitada;
ou: porque não gosto de dançar.]


se eu não puder ter internet, esta não é a minha revolução.

não foi para isto que se fez o 25 de abril (ii)

os delfins a cantar a liberdade do sérgio godinho.

não foi para isto que se fez o 25 de abril

acordar num sábado de manhã com um filha da puta de um berbequim no andar de cima.

que força é essa, amigo?

quinta-feira, abril 16, 2009

bicho da conta

noite de quinta
para sexta,
tinto para dois
num copo de três.
fomos para o quarto
mais o diabo a sete
no corpo.
contei até despe,
acho que me vinte.
éle um, reload,
noves fora
nada feito.
contas desfeitas
ficaste a zero,
e eu feito num oito.

quarta-feira, abril 15, 2009

transpost público

desinspirado, vagueou. à procura do lugar vago que o levasse a casa. mas o lugar não vagou. e ele foi em pé, no autocarro.

e é possível ser otorrino sem ser laringologista?

terça-feira, abril 14, 2009

sofro tanto com estas dúvidas

por que é que os gajos do norte dizem "assim cumo" em vez de "assim como", mas se estiverem a conjugar o verbo comer já não dizem "eu cumo"?

we're on a highway to hell

o jantar na sexta-feira santa foi no rodízio.

sábado, abril 11, 2009

eu cá não sou de intrigas, mas este filme é uma obra-prima do caralho.


«Everything is more complicated than you think. You only see a tenth of what it’s true. There are a million little strings attached to every choice you make. You can destroy your life every time you choose. But maybe you won’t know for twenty years and you never, ever trace it to its source. And you only get one chance to play it out. Just try and figure out your own divorce. And they say there is no fat, but there is. It’s what you create. And even though the world goes on for eons and eons, you are only here for a fraction of a fraction of a second. Most of your time is spent being dead or not yet born. But while alive you wait in vain, wasting years for a phone call, or a letter, or a look from someone or something to make it all right. And it never comes. Or it seems to, but it doesn’t really. So you spend your time in vague regret or vaguer hope that something good will come along. Something to make you feel connected, something to make you feel whole, something to make you feel loved. And the truth is… I feel so angry… And the truth is… I feel so fucking sad. And the truth is, I’ve felt so fucking hurt for so fucking long. And for just as long I’ve been pretending I’m okay, just to get along, just for… I don’t know why. Maybe because no one wants to hear about my misery, because they have their own. Well, fuck everybody. Amen.»

[Synecdoche, New York. Charlie Kaufman, 2008.]

terça-feira, abril 07, 2009

sometimes everything is wrong

o everbody hurts dos rem, na verdade, é sobre um gajo a tentar convencer outro a fazer sexo anal.

a margarida rebelo pinto é uma escritora tão precoce que ainda não sabia escrever e já as pessoas compravam os livros dela.

morning wood

adoro quando ela me acorda a meio da manhã e me faz um brunch.

sexta-feira, abril 03, 2009

o erro de einstein

estava deitado na cama. como não tinha nada que fazer, fui fazendo tempo até adormecer. e se fosse verdade que tempo e espaço são a mesma coisa, teria dormido muito mais à larga.

big crunch / big bang [ou: a origem da crise]

contrai-se uma dívida, que se expande até ao infinito.

alive and kicking

a gravidez, no fundo, é uma tpm de nove meses.

militara

gosto da tua frente de combate,
quero ser o teu pelotão de fuzilamento.

semi esclarecido.

já não mistura alhos com bugalhos, mas continua a confundir salsa com coentros.

rebarba

o carlos queiroz é a pior imitação de sempre do dr. house.

ex-pediente.

como a maioria dos portugueses, também eu só acedo à internet em horário laboral. e isto, meus amigos, é a principal desvantagem de não ter emprego.

call me stupid

nunca leu o moby dick, mas em pequeno viu o free willy.

o neonazi intelectual, passe o paradoxo.

era conhecido como o moleskinehead.

ideia* para nome de encontro de poesia

encontroverso.

*vide comentário um. e reivindicai um exemplar junto de quem de direito.

raramente estou de acordo comigo próprio

e obviamente, desminto-me.

b(us)ílis

se um homofóbico não tolera alguém que, sem o ter escolhido, é homossexual, por que razão hei-de eu tolerar alguém que, após supostamente ter reflectido sobre o assunto, escolheu ser homofóbico?

suicide soul*

é dado assente (e relativamente aceite pela generalidade das pessoas) que, mais tarde ou mais cedo, cometerei suicídio. contudo, não me invejeis. cometeremos todos, mais dia menos noite. na verdade, estamos em processo de suicídio desde o dia em que nascemos. uns com mais sucesso do que outros. isto é como tudo. é a vida. o segredo é não precipitar as coisas. e cá vamos, alegremente respirando.


* dEUS, when she comes down.

textículo

não olhes assim para mim. não tenho culpa. não fiz nada. nunca fiz nada. limito-me a existir. não olhes assim para mim. sou só um texto. estou aqui. limito-me a estar aqui. nem sequer existo. sou só um texto e estou aqui. que faço aqui? que merda de pergunta. e tu, que fazes aqui? também não gostas de perguntas parvas, pois não? eu sou só um texto ridículo e estou aqui. e estou bem aqui, obrigado por perguntares. e, crê-me, ficarei por aqui. pelo menos até tu fazeres scroll down. ainda assim olhas para mim, desconfiado. mas eu não tenho culpa da tua tristeza. sou só um texto, afinal de contas uma história qualquer. uma vida qualquer. a tua. eu sou só um texto. e estou aqui. tu, nem sei. mas que vou eu saber se sou só um texto? um conjunto de letras e pontos finais. mais nada. ok, um ou outro ponto de interrogação, mas foste tu que começaste com essa merda. eu ia chegar ao fim sem te perguntar nada. não olhes assim para mim. não tenho culpa. sou só um texto ridículo e, por estranho que pareça, estou bem aqui.

quinta-feira, abril 02, 2009

só.

que faz um homem só? para começar não devia fazer perguntas mas um homem só não faz o que devia. nada do que um homem faz é o que faz um homem só. nada faz um homem só. um homem só faz o que faz um homem só. um homem só não faz nada. nada faz um homem só. um homem só vive. um homem só bebe. um homem só respira. um homem só não existe. a solidão não faz um homem só. um homem só não faz nada. nada faz um homem só. só um homem faz tudo. que faz um homem só? um homem só faz o que faz um homem só. um homem só. um homem, só. um homem. só. um. só.