quinta-feira, março 19, 2009

suicide notes #1

«drink more beer.
there's time.
and if there's not
that's all right
too.»

[excerto final de how to be a great writer, charles bukowski.]

and i can't break the chain

eo pedro manda-me a corrente da página 161, que alguém já baralhou e voltou a dar a volta. no ido de 2007 tinha dois livros à mão. de semear, que é como quem diz aqui ao pé. hoje não, tenho que ir à estante. o pura anarquia do woody allen não atinge as 161 páginas. estico mais o braço. o calvin & hobbes. seja. quinta frase ou quinta linha? quinta tira. seja. não, quinta fala. há uma tira em branco. a quinta frase aparece na sexta tira e diz o pai do calvin: «para isso vais ter que trabalhar muito.»

o joão pede-me 6 verdades e 3 mentiras. a m., 16 coisas - dezasseis - aleatórias sobre mim. não conheço dezasseis coisas aleatórias sobre mim e nunca tive jeito para dizer verdades. sou um gajo sem idiossincrasias, o que me impossibilita a resolução eficaz de tamanha empreitada. no entanto, nunca fui ao dentista. não sei se conta.

o andré benjamim já não se lembra, mas, vai para quase um ano, instava-me a enumerar seis canções seis marcantes da minha vida. fica uma, em jeito de resumo.


o chefe de culinária grego

gosta que todas as refeições sejam uma feta.

segunda-feira, março 16, 2009

isto não é um classificado

ando há anos à procura de casa.

se a vida te dá limões, caga na limonada e usa-os para diluir a droga.

sexta-feira, março 13, 2009

[pausa]

everybody knows this is nowhere.

quinta-feira, março 12, 2009

murphy's law meets bruno aleixo

joguei no euromilhões e saiu cocó.

quarta-feira, março 11, 2009

atenção: pode conter spoilers.

confesso: gosto de cinema. reformulo: antes de adormecer, gosto de ver um filme. é normal que amiúde assista a muita película desinteressante e efémera. mas, de tempos em tempos, lá aparece um que me marca de uma forma especial. foi o caso do filme que vi ontem à noite e que passo a relatar. não me recordo do título. sou péssimo para títulos. há a acrescentar a isto o problema que as traduções dos títulos impõem a pessoas com a mínima dignidade. divago. deixemos essa problemática para outro dia e foquemo-nos no importante. a história. pedro paixão diz que «deus inventou o mundo porque gosta de histórias.» talvez seja mais correcto dizer: deus inventou o mundo porque eu gosto de histórias. são as histórias que me atraem num filme. por exemplo, mais do que a acção e as explosões, é a complexidade dramática que me apaixona. são as estruturas narrativas que me fascinam. é a luta contra o sistema e a ânsia de justiça e liberdade de um homem ostracizado, solitário e apaixonado que me comove nos dramas de william wallace, harvey milk ou john mcclane.

no filme que vi ontem, narrava-se com mestria a história de james. james é um homem apaixonado. james e michelle mantêm uma relação especial para a época (a acção do filme decorre na américa conservadora dos anos setenta). james, apesar dos constrangimentos subsequentes ao preconceito que a sociedade revela perante o homem moderno, não se inibe de mostrar o seu amor por michelle, sua companheira de longa data, várias vezes por dia e em diferentes divisões do seu minúsculo t1. james e michelle surgem aqui como uma personificação de uma classe média baixa, explorada e que, impossibilitada de se exprimir livremente na rua, o tem que fazer no recato do lar. o drama da exploração das mulheres por uma sociedade maioritariamente machista é-nos relatado de uma forma exímia pela personagem de michelle. mulher lutadora que, para garantir a sobrevivência, se vê obrigada a acumular diferentes profissões. michelle é cozinheira durante o dia e enfermeira à noite. ao fim de semana michelle é polícia, numa bonita metáfora premonitória da forma como as mulheres acabariam por integrar um mundo até então reservado aos homens. mas o drama de james não é apenas familiar. james é um operário da canalização que se revolta contra a exploração e subtracção de direitos que o sistema capitalista lhe impõe, e que, com o ímpeto subservivo dos resistentes, não abdica de lutar pelo direito à felicidade e prazer no trabalho. numa destas acções com um fundo metasindicalista, james é obrigado a fazer horas extraordinárias não remuneradas ao domicílio e acaba por se envolver com rebecca, uma atraente secretária a cujos encantos james se viria a render. james regressa mais tarde a casa de rebecca, já em horário de expediente (e dia de folga para ela), e acaba por se envolver de uma forma arrebatadora numa relação extraconjugal. nesta altura o drama interior de james intensifica-se. james é um homem dividido: amargurado pela possível reacção de michelle, mas preenchido no seu espírito aventureiro. é sempre claro que james sente algo por rebecca. james não é indiferente à forma carinhosa com que rebecca grita o seu nome, chegando mesmo a tratá-lo por jimmy. james é, todavia, um homem honesto e revela o seu segredo a michelle. michelle, muher corajosa desde o início, revela-nos mais uma vez uma mentalidade pouco habitual, novamente rompendo com os convénios sociais e não só aceita a relação de james com rebecca, como acaba por partilhar o seu afecto por rebecca, numa arrebatadora cena final que comoveria o charles bronson. é a enternecedora vitória da liberdade, a vitória do amor sobre todas as coisas. não sei se se nota, mas este foi um filme que me tocou muito.

não façam barulho que eu estou a dormir.

segunda-feira, março 09, 2009

este país não é para velhos

este país não é para velhos (2)

- if i die, tell mom i love her.
- llwelin, your mom is dead.
- well, then i tell her.

domingo, março 08, 2009

ela pôs-lhe as malas à porta. ele era tão preguiçoso que saiu pela janela.

o romântico militar

terminava o telefonema dizendo lover and out.

desculpem, isto já passa.

diz uma mosca para a outra: «ah, filha duma granda pupa!»

sábado, março 07, 2009

não tenho talento para nada. a não ser para a auto-depreciação.

«Procrastination is the art of keeping up with yesterday.»
[George Carlin]

sexta-feira, março 06, 2009

o meu lado conservador (reprise)

e quando digo água das pedras quero mesmo dizer água das pedras. sem modernices de vidago nem sabores.

o meu lado conservador

continuo a dizer «carrefour de telheiras».

now i wanna be your dog

não sou de me queixar, mas há dias piores que os dias maus. e os dias passam, no adia-adia da vida. e um gajo, coiso. vê os dias passar, passarinho, pasarão. no pasarán. e um gajo resiste. e um gajo desiste. não há assim grande diferença. e mesmo que haja ninguém nota. ninguém vê, ninguém repara o que está estragado. cheira mal que fede, confunde-se com lixo e porta fora. fechada à chave. sem fendas, não te ofendas. ou ofende, tanto faz. ninguém faz nada. nunca ninguém faz nada, são uns malandros. como o arroz. todo, que a fome aperta. e um gajo, coiso. arrasta-se no pára-arranca, que consome o gasóleo da vida. queria ser um cão, só para te poder mijar nas rodas do carro. mas nem cão sou, e só rastejo. mas um gajo, coiso. lá sorri, como está passou bem. vai-se andando, diz que chove. e um gajo, coiso.




quinta-feira, março 05, 2009

entretanto fiz uma chamada internacional. o post anterior fica sem efeito.

nem tudo são más notícias

para compensar, o saldo no telemóvel é superior ao saldo da conta bancária.

terça-feira, março 03, 2009

tu, môr.

humor refrescante: escorregar numa casca de banana e cair numa piscina. um tipo de humor muito praticado no final dos anos oitenta pela equipa de almada nos jogos sem fronteiras.

humor inteligente: o einstein escorrega numa casca de banana. muitas vezes incompreendido, não requer explicação para pessoas inteligentes.

humor negro: o nino vieira escorrega numa casca de banana. humor muitas vezes confundido como sendo de mau gosto e racista, mas não tem nada de racista.

humor ácido: escorregar numa casca de banana e cair de cara num frasco de ácido sulfúrico. um tipo de humor muito apreciado no sul de itália e pelo mickey rourke.

humor físico: o eisntein a escorregar numa casca de banana. há quem não considere isto como humor físico, mas é tudo muito relativo.

da estupidez enquanto argumentário

aquando do referendo sobre o aborto, chegou a insinuar-se que só as mulheres deviam votar, porque os homens não têm nada a ver com isso. sobre o casamento entre pessoas de sexo não oposto, chega a parecer que é preciso ser maricas - ou bispo - para opinar. pelo menos é recorrente o incompreensível (para mim, ok) argumento do «eu até tenho amigos gays». «até», vejam lá bem como sou tolerante. é só para avisar que, se quiserem falar comigo sobre eutanásia, é favor falecerem primeiro.

o principal problema do país é a quantidade de pessoas que chama papel celofane à película aderente.