a shyznogud quer saber o que é que eu fazia para brincar, quando era pequenino e antes de existir playstation. o que é fácil, porque nunca tive playstation. a infância passei-a a jogar ao berlinde. mas jogava-se a sério: ao perde, paga. ou, como se diz(ia?) em alentejanês, ao boga. quem perde, boga. anos de aperfeiçoamento encheram-me latas e latas com centenas de berlindes, ou - como se diz em alentejano - arraióis, na exacta proporção de vezes que ouvia a entidade maternal, porque os sapatos estão todos sujos de terra e as calças rasgadas nos joelhos. mas o berlinde era levado muito a sério,
com aquela seriedade com que as crianças brincam (ouvi no outro dia alguém que já não me lembro na rádio - no programa do francisco josé viegas na antena 1 - a citar esta frase de alguém que também já não se me recorda). lembro-me que fazíamos o caminho escola-casa a jogar ao berlinde, competindo entre colegas e contando o número de vezes que se acertava num outro berlinde neutro (normalmente um maior, a designada bazuca) ao mesmo tempo que o encaminhávamos até ao destino, transformando assim dez minutos em mais de meia hora.
o resto da história é mais fácil de contar. com o passar do tempo passei o tempo a jogar à bola. obviamente na rua, no tempo em que as ruas tinham muitas pedras a fazer de postes das balizas, em qualquer lado, a qualquer hora. julgo ter passado mais tempo do meu tempo a jogar à bola do que a realizar qualquer outra actividade (sim, mais do que isso inclusive). quanto a novas tecnologias, e apesar de já estarmos a falar dos noventas, em beja o spectrum era toda uma instituição, mas eu jogava sonic na mega drive. gastava uns trocos nas máquinas com aquele jogo de futebol muito manhoso do itália'90 e jogava matraquilhos com a moeda de 25 escudos, mesmo depois de ter saído de circulação. mas acima de tudo preferia o ping-pong, modalidade à qual não me recordo de ter perdido mais do que uma ou duas partidas.
[adenda: tenho uma memória de merda. e super mário, pá. muito super mário.]
14 Comments:
berlindes é pa maricas. nunca jogaste à lata? ou ao osso? ou ao "carrega as mochilas de toda a gente se passar um carro com o teu número de aluno qu'até assobias"?
Ping-pong...
Depois não tens uma adolescência saudável (desculpem leitores, piada interna).
Ping-pong...
Depois não tens uma adolescência saudável (desculpem leitores, piada interna).
tive uma adolescência perfeitamente saudável e igual aos outros. como toda a gente, descobri o sexo com duas ovelhas amigas, debaixo de um chaparro. não vejo onde está o problema. e hoje sou um jovem igualmente normal, só que em vez de ovelhas prefiro vacas, sempre têm menos pêlo.
aqui a bazuca chamava-se balofa :D
cristina
"só que em vez de ovelhas prefiro vacas, sempre têm menos pêlo." e mamas maiores?
Em beja? :)
a shyz é que chegou lá. com que então perante duas mulheres, uma peluda e de mamas pequenas e uma pelada de mamas grandes tu preferes a pelada e nem reparas nas mamas. és um bocado esquisito. algum trauma com homens? :O
(eu e o super mário fomos felizes, é um facto)
aqui, como noutros fóruns onde aterram elementos do womenageatrois, acaba-se sempre por falar em mamas. o que é um regalo.
sim, em beja! ;)
e parece-me que estamos a substimar o poder que mamas de ovelha podem ter na primeira vez de um miúdo de 13 anos.
e é sempre um regalo falar em mamas, um prazer de um regalo. embora prefira a poesia que o vocábulo "tetas" encerra.
cheira-me q haverá uma explicação psicanalítica para isso, Pedro.
Tetas, caro João, só é aplicável a arraçadas de Lolo Ferrari (digo eu), não?
olha, outro grande ícone da minha adolescência! ;)
pois, a dicotomia mamas/tetas pode perfeitamente ter em conta o tamanho das ditas, não creio que tetas possa ser aplicável à leonor pinhão.
a leonor pinhão é a patti smith de alcântara
pois, já ouvi dizer.
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