domingo, dezembro 30, 2007

ah, no call girl (e não, não vou falar das duas vezes em que o microfone - microfone? - entra no plano da filmagem em cima e não é cortado, nem de quando o nicolau breyner a conduzir olha para o seu lado esquerdo e a câmera é reflectida nos óculos escuros espelhados) há duas ou três coisas a dizer:
a) há uma cena em que está a ser transmitido o funeral do álvaro cunhal. pouco tempo depois, o josé raposo aparece a ler o sol. e não estamos a falar de saltos cinematográficos no tempo. este hiato temporal confirma-se quando no final do filme surge o calendário de 2007.
b) o nicolau breyner, a conduzir, diz que "daqui a 20 ou 30 minutos" (ou uma quantidade de minutos parecida) está em lisboa, quando é filmado num cruzamento a meio caminho entre serpa e beja.
c) consegui escrever mais de meia dúzia de linhas sobre o call girl sem falar nas mamas da soraia chaves.

17 Comments:

nuno said...

o tò-zé brito aparece?

Jp said...

É obra, porque dá mesmo vontade é de escrever sobre elas!!

João Gaspar said...

nem o tozé brito nem o tozé martinho, o que só lhes fica mal.

Menina Limão said...

só há uma conclusão a tirar e não é sobre o call girl. é sobre teres ido ver o call girl.

pff.

João Gaspar said...

qual é aconclusão? a de que fui ver um dos mellhores filmes ditos comerciais portugueses? ;)

o filme vai além das mamas da soraia chaves, e até nem é mau de todo. concedo que é a soraia que leva a ver o filme, mas acaba por ser melhor que muita patranhada americana que por aqui cai. e digo eu, que não gosto nada de cinema português.

nuno said...

em portugal é errado ver filmes portugueses "normais". o amenábar tava bem quilhado se fosse português.

Miguel Ferreira said...

Tem é que se ter cuidado quando chamam actriz à soraia chaves.Até ofendem a senhora.

Miguel Ferreira said...

Vou esperar que a sic transmita o filme, com mais meia hora de mamas como de costume.Ah e queria perguntar quantos palavrões tem o filme?Bateu recordes ou não?

João Gaspar said...
Este comentário foi removido pelo autor.
João Gaspar said...

eu acho que vais ter uma surpresa e perceber que a soraia chaves é mais actriz do que muitas. um dia fará um filme sem o factor M e não se deixará ficar mal. e a fazer de call girl, além de não lhe assentar nada mal, está muito bem.


palavrões tem muitos, tem. talvez record, não sei. mas não tem muito mais do que aqueles que aconteceriam nos diálogos entre aquelas personagens "reais".

sabes qual é o problema? o problema é nas americanadas que o português vai ver ao cinema, como são filmes comerciais para todos os públicos ou para a família e essas tretas, traduzem-se os fuck you's por vai bugiar. os fuckings, cunts, assholes, e afins por raios, seu palerma. que tanso. chiça.

parece que não se pode escrever nas legendas: foda-se, comia-te essa cona toda, caralho! ou vai-te foder, preto de merda! como naturalmente seduzirias ou insultarias em português, conforme o caso.

e isto é problema porquê?

primeiro: porque eu sou um adepto do palavrão. um palavrão meticuloso, seco e cru na altura certa é, apesar de duro, mais eloquente e eficaz do que dez mil floreados estilísticos. inclusive em situações públicas já se devia ter perdido o medo ao palavrão.

segundo: no caso das traduções, por uma questão da máxima fidelidade possível ao trabalho original. se o argumentista/ realizador decide que aquele gajo que encontra outro na cama com a mulher diz qualquer coisa como: seu cabrão de merda, vou-te foder os cornos todos. por que é que eu terei de ler outra coisa que não tem nada a ver? arrisco um: parvalhão, vou-te dar uma ou duas estaladas.

terceiro: (como resultado disto tudo) há algumas - poucas - cenas no call girl em que a sequência de palavrões nos diálogos parece escrita para atingir um mínimo de comicidade, mas na maior parte das cenas os palavrões saem com a maior das naturalidades, por exemplo um colega a dizer a outro: "oh, vai-te foder, caralho!" ou alguém a exclamar "foda-se!" ao ver uma foto. coisas destas assim, que qualquer um de nós diria. nessas cenas, era ver (ouvir) uma sala cheia de casais de meia idade (terão ido em busca de algo para apimentar a vida sexual?) a soltar a gargalhada mais pacóvia. ridículo.


sim, tem demasiados palavrões. mas não é de estranhar que dois agentes da pj a conversar entre si digam demasiados palavrões. então por quê escondê-lo? porque dá na televisão? ou porque é em português e ficam mal?


com jeitinho nem achas mal os filmes terem demasiados palavrões e estavas só a perguntar por curiosidade cinéfila. mas agora que já escrevi um comentário tão grande não vou apagar. que se foda.

Miguel Ferreira said...

Porra que lençol!Quase que escreveste um livro oh puto!Em relação á soraia chaves espero para ver o desempenho dela e aguardo por um filme sem o "deseja alguma coisa senhor padre ou senhor nicolau, ai que já me caiu o robe", embora ache muito difícil de isso acontecer. Acho bem que se apostem em caras novas, também já eu vomito alexandre lencastre e sofia alves, mas existem reais actrizes, miudas com real jeito(atenção não descobertas na Face ou na Look ou nessas escolas de representação) que não têm chance nenhuma.E isso chateia-me.Em relação aos palavrões não me incomoda, incomoda usarem isso como chamariz no trailer e propaganda(juntamente com as mamas).Em relação ao cinema portugês, eu gosto dele, ele é que não gosta de mim.
Beijos

Miguel Ferreira said...

E não te sabia tão defensor do uso do palavrão no cinema português.porra

Anónimo said...

sou defensor do palavrão ponto.
em quase todo o lado.
mas não gosto de cinema português.

JB said...

joão, o tuga prefere uma floribela ou um chiquitita a um foda-se num filme... alias este ultimo até pode ser considerado crime.

Fui ver o filme e estou como tu, há la muitas gralhas entao essa de estar a 20 minutos de lisboa e genial...

o filme até nem está mau de todo... ja vi muito filme das americas bem pior

João Gaspar said...

exacto. há americanadas muito piores. e a palavra chave aqui é muito.

Menina Limão said...

vi o trailer. um rol de clichés e um belo par de mamas. os clichés evito-os a todo o custo e as mamas prefiro vê-las ao vivo. até porque lhes posso tocar.

João Gaspar said...

o rol de clichés até que não é mau filme. não quero parecer defensor do filme enquanto grande cinema, que não é. mas, apesar do handicap "português", os clichés estão relativamente bem escritos, bem filmados e bem contados.

nas cenas finais há umas quantas influências (em género de homenagem, digo eu) de tarantino.

podes tocar se não for numa casa de strip, que aí apesar de ao vivo, é mesmo só ver. disseram-me, claro.

mas as mamas da soraia chaves ao vivo? só nos meus melhores sonhos.