quinta-feira, novembro 20, 2008

gaffes: é fazer as contas.

assim de repente e de memória, a manuela ferreira leite (que pouco fala mas muito diz) já disse que a paneleiragem não deve casar mas deve fazer outra coisa qualquer, qu'isto do casório ou é para germinar ou não vale nada, que as obras públicas baixam o desemprego de cabo verde e da ucrânia, que não deve ser a comunicação social a seleccionar o que transmite, ou que se calhar seria bom seis meses sem democracia para pôr tudo na ordem. o cavaco, que enquanto primeiro-ministro queria que o deixassem trabalhar e que na campanha pouco abriu a boca, diz que não tem opinião sobre quase nada a não ser que duas pessoas com base na mesma informação devem ter sempre a mesma opinião, mas enquanto presidente quis muito celebrar o dia da raça.

um comunista levanta a voz e lá vêm o estaline e a coreia do norte ao barulho. o sócrates às duas por três é fascista, num claro insulto aos fascistas deste mundo. um presidente da república e uma ex-ministra da educação, ex-ministra das finanças e ex-candidata a primeira-ministra - duas pessoas com claros problemas de convívio com outros seres humanos - dizem estas alarvidades e, no entanto, devido a uma qualquer e insondável moratória, tudo isto não passa de gaffes, lapsos, ou - pasme-se - exercícios de ironia. o dom da palavra não se compra muito menos se nacionaliza, mas neste caso a torpeza oratória parece estar de mãos dadas com a pobreza de espírito e dizer que a manuela ferreira leite se dedica amiúde à ironia é um insulto à ironia. se a ironia desconfia, um dia destes há um líder da oposição a sério em portugal.

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