não obstante o já natural delay, tentei em vão servir uns quantos clichés metaforizados ao longo de outras tantas linhas, em género de passing-post sobre as (ainda e eternas) lágrimas do federer. com indisfarçável embaraço nem cheguei ao tie-break e apaguei isto tudo.
cheguei a ter aqui escrito no lugar da presente, uma frase a tentar provar que as lágrimas do federer - imaginem a piroseira - eram as lágrimas de um pirata que, sentado na costa, vê o barco conquistado afundar-se ao longe, em alto mar. umas lágrimas de impotência perante o irreversível.
no wimbledon de 2007, federer despediu o discurso de vitória com um premonitório e certeiro «before rafa takes it all». federer conquistou o barco antes do previsto e agora vê o tempo a escapar-lhe. lei da cruel vida para um pré-reformado; requintes de injusta malvadez aos vinte e sete escassos anos. federer é um homem claramente aborrecido. sem barcos para conquistar foi passear para a praia. agora, as nuvens negras carregam a imagem de um rafa taking it all e desenham a sombra de um sampras inatingível. o alto mar, visto da costa, é um lugar inacessível. federer é um homem claramente aborrecido. como é que federer resume isto tudo? com um simples, e certeiro, claro: «this is killing me», australia 2009. federer é um homem aborrecido. com a vitória, com a derrota, com o jogo. com a vida. ganhará jogos (quiçá finais) a nadal. ganhará grands slams. acabará por bater baterá o record de sampras com a naturalidade de sempre. (record esse que será depois batido - ou mesmo posteriormente pulverizado - por nadal; outra conversa). nem que seja ao ritmo de um grand slam por biénio, federer fará isso tudo, é certo. mas há algo do federer que conhecemos que morreu na australia, melbourne, 2009. as lágrimas do federer são as lágrimas de um génio. ele viu, muito antes de nós, ali, a sua morte. e sentiu-a. e chorou-a. agora está morto e ninguém espera que o pirata morto vá navegar de novo. mas também ninguém espera que um pirata se chame federer.
cheguei a ter aqui escrito no lugar da presente, uma frase a tentar provar que as lágrimas do federer - imaginem a piroseira - eram as lágrimas de um pirata que, sentado na costa, vê o barco conquistado afundar-se ao longe, em alto mar. umas lágrimas de impotência perante o irreversível.
no wimbledon de 2007, federer despediu o discurso de vitória com um premonitório e certeiro «before rafa takes it all». federer conquistou o barco antes do previsto e agora vê o tempo a escapar-lhe. lei da cruel vida para um pré-reformado; requintes de injusta malvadez aos vinte e sete escassos anos. federer é um homem claramente aborrecido. sem barcos para conquistar foi passear para a praia. agora, as nuvens negras carregam a imagem de um rafa taking it all e desenham a sombra de um sampras inatingível. o alto mar, visto da costa, é um lugar inacessível. federer é um homem claramente aborrecido. como é que federer resume isto tudo? com um simples, e certeiro, claro: «this is killing me», australia 2009. federer é um homem aborrecido. com a vitória, com a derrota, com o jogo. com a vida. ganhará jogos (quiçá finais) a nadal. ganhará grands slams. acabará por bater baterá o record de sampras com a naturalidade de sempre. (record esse que será depois batido - ou mesmo posteriormente pulverizado - por nadal; outra conversa). nem que seja ao ritmo de um grand slam por biénio, federer fará isso tudo, é certo. mas há algo do federer que conhecemos que morreu na australia, melbourne, 2009. as lágrimas do federer são as lágrimas de um génio. ele viu, muito antes de nós, ali, a sua morte. e sentiu-a. e chorou-a. agora está morto e ninguém espera que o pirata morto vá navegar de novo. mas também ninguém espera que um pirata se chame federer.
1 Comment:
Apetece acrescentar uma pitada musical: "the winner takes it all".
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