segunda-feira, setembro 22, 2008

prioridades trocadas [ou: a quinta da marinha não é assim tão longe]

passados o susto e a congregação de xenofobia que se instalou no prédio durante a instalação da fechadura nova, penso no meu papel de "quase" (?) vítima de assalto. estamos a falar de um tê-zero num subúrbio de lisboa. recheio valioso que poderia ter perdido? assumindo que não me levariam os dossiers com dados científicos ainda não publicados, estamos a falar de uma televisão que não apanha a sic e de um leitor de dvd's - o mais barato da fnac. a coisa mais cara que tenho em casa é um colchão do ikea (agora superado pela nova fechadura). ao contrário do que os meus vizinhos xenófobos concluíram na congregação, o país não tem um problema de criminalidade violenta. a criminalidade violenta é que tem um problema. de estupidez.

5 Comments:

nuno said...

define vizinhos xenófobos.

João Gaspar said...

"eles já vêm do brasil de propósito para vir roubar cá"; "ainda agora vinha a subir e iam dois pretos (pessoas escuras, no original) a descer"; "no país deles se entrassem em casa de alguém arriscavam-se a levar um tiro, aqui se um gajo faz qualquer coisa, depois tá fodido".

e cenas assim.

João Gaspar said...

o ódio xenófobo não era exacerbado (tenho pior na família), mas o que me chamou a atenção, na pouca que eu ia dando à conversa do corredor do prédio, foi o facto de se assumir sem qualquer indício que foi um preto brasileiro.

nuno said...

nada de extraordinário, portanto. apenas o natural culpar do estrangeiro.

disse o meu porteiro, shôr soares de seu nome, no dia em que mudei de casa, "é português? ainda bem! antes um de nós que um desses árabes". não me lembro exactamente se o epíteto "de merda" foi usado ou não.

jà puseste trancas à porta?

ivan said...

és um moita flores... em versão boa... e alcoólica... um moita flores fixe portanto.