sexta-feira, novembro 28, 2008

um fim de tarde no cimo da torre eiffel, um rio a caminhar em direcção ao sol, magia no horizonte. deve haver aqui poesia, caralho.

quinta-feira, novembro 27, 2008

o instituto português da qualidade confirma

este blogue não está de acordo com a norma ISO 9001.

o rastafari mal educado

mandava toda a gente para o diabo que há cá reggae.

contos improváveis

o homem que jogava no euromilhões à segunda-feira casou com a mulher que não gostava de ir às compras.

querido diário

arrisquei começar a noite a cozinhar nacos de soja para o jantar. acabei no mcdrive.

um dia esquisito

como se ir a caminho de um jogo em alvalade não fosse suficientemente estranho, no metro partilhei carruagem com o joão césar das neves.

crónica idiota de um jogo simpático

fui à bola. e fui à borla. ainda não tinha ido ao estádio de alvalade desde que se chama vinte e um (por motivos alheios à minha vontade e ao vosso interesse, numa época da década de 90 cuja exactidão me escapa, vira um sporting-4 salgueiros-1 no «velhinho alvalade»). nem pensava ir, mas um simpático amigo, na impossibilidade de estar presente, passou-me o bilhete para as mãos. à entrada do estádio o simpático segurança perguntou (retórica, é certo, mas simpaticamente) se me podia revistar. já na bancada, enganei-me de lugar e já me preparava para reparar o equívoco quando o simpático efectivo dono do assento disse que não faz mal deixe estar e sentou-se na cadeira ao lado. o jogo começou às 19.45h mas a maioria do simpático «público de alvalade» só chegou já passava das oito da noite, num simpático atraso que poupou milhares de adeptos de ver o sporting a «encaixar» os dois primeiros «tentos» da partida. no que ao jogo diz respeito, o sporting é uma equipa simpática. o paulo bento é um treinador simpático. o barcelona joga com o xavi, o gudhjosen (não me apetece ir confirmar a grafia disto), o hleb e o busquets (quem?) a trocar a bola como quem está entre amigos a jogar um dois-para-dois-balizas-pequenas-muda-aos-cinco-acaba-aos-dez e o paulo bento, num gesto de simpatia extrema, distribui aleatoriamente o romagnoli, o miguel veloso, o pereirinha e o joão moutinho naquela zona a que se convencionou chamar de meio-campo, calhando em sorte ao joão moutinho um inútil lado esquerdo, naquilo que não foi mais do que um simpático desaproveitamento do único jogador do sporting com, digamos, inteligência. os jogadores do sporting retribuiram o simpático gesto do treinador que os pôs a assitir ao jogo do barcelona numa zona privilegiada e deixaram o adversário jogar, sem chatear muito e sem fazer faltas. os defesas do sporting, com inveja dos colegas do meio-campo, também quiseram ver bem o jogo e decidiram que nenhum deles iria marcar o messi, numa simpatia talvez sem precedentes no futebol. o messi, que é um gajo simpático, só passou cerca de dez vezes por cada um deles. numa delas para o simpático henry (que só entrou na área uma vez ou duas, por pura simpatia) fazer o golo. e ao intervalo, o 0-2, era das coisas mais simpáticas a assinalar. o público do sporting, que é amaricadamente simpático, não assobia (ou se assobia logo outra facção reclama contra os assobios) e muito menos insulta os jogadores do sporting. a perder 2-0 em casa, com cerca de meio remate à baliza, a levar um (como é que se chama?) banho de bola daqueles à antiga e nem um insulto aos jogadores. nem um filho da outra, um corram caralho, nada. uma simpatia. na segunda parte, já depois daquele simpático livre (que eu julgava que a partir dos iniciados era proibido) em que o sporting cada vez mais simpático deixou o messi marcar o 3-0 (0-3, pronto, que picuinhas, pá), o guardiola, que é um gajo simpático, tirou o messi (e mais tarde o henry e o xavi - coisa pouca). o árbitro, contagiado pela simpatia de ambas as equipas, considerou que uma bola no peito do marquez era falta. o marquez até este momento não sabia sequer que estava a jogar (já tinha visto na primeira parte o yannick a correr ao pé dele mas não ligou muito). o miguel veloso (o jogador do sporting com menos, vamos lá, inteligência, apesar da concorrência do caneira), num gesto que desafia todas as leis da lógica e da física, conseguiu que o esférico descrevesse uma trajectória livre de perturbações entre o seu pé esquerdo e as redes da baliza. o simpático público de alvalade finalmente gritou, entre a incredulidade do que acabara de ver e o desapontamento pelo adiantado da hora. os defesas do barcelona, que tinham assitido com passividade a mais de uma hora de simpatia do sporting e ao gesto simpático do árbitro não quiseram ficar atrás e deixaram o liedson isolar-se para a baliza. o liedson (recuso-me a dizer levezinho - que coisa mais apaneleirada) retribuiu a simpatia e marcou. a euforia de alvalade durou 10 segundos, até o caneira (depois do golo do miguel veloso o jogador do sporting com menos inteligência), numa simpática mistura entre tchaikovsy e david carradine, tratou de repôr a vantagem da equipa leonina no que à simpatia diz respeito. os jogadores do barcelona, que simpaticamente tinham deixado de correr aos 30 minutos de jogo, passaram a simpaticamente trocar a bola apenas com o objectivo do bojan marcar um golo. como não estavam a conseguir, o rui patrício foi simpático e ajudou. já a perder 5-2 (porra, chato, outra vez. 2-5), os adeptos leoninos trocaram olés a acompanhar as parcas trocas de bola entre os jogadores do sporting. e, pela única vez, trocaram também a simpatia pelo sentido de humor. os jogadores do barcelona que, por recíproca simpatia (ou compaixão), não tomaram aquilo como uma afronta, não marcaram mais golos para não transformar a simpatia numa, como é que se diz?, humilhação, é isso. a dez minutos do fim, a maioria do simpático público do sporting abandonou o estádio (o que perfaz um total de quase meia hora que aquela malta não viu), num gesto de simpatia para com os jogadores do sporting pois assim não eram obrigados a assobiar no final do jogo (ou então o lanche tinha sido fraquinho e o estômago já pedia uma bucha). fim do jogo. ingenuamente pensei que ia ouvir finalmente assobios e insultos aos jogadores do sporting, mas nada. a simpatia (ou resignação e indiferença, neste caso, talvez) imperou até ao fim. foi simpática a festa. o messi joga mesmo muito e é o segundo jogador mais inteligente do mundo. o sporting é tão simpático que não vai a lado nenhum. já a equipa do sul de frança, infelizmente, tem momentos em que mete medo. mas se tudo correr bem também não ganha nada. e é tudo. um abraço deste vosso simpático amigo.

[foi tudo simpático? quase: estava, como é que se diz?, um frio do caralho.]

terça-feira, novembro 25, 2008

o mundo ao contrário

um gajo do benfica e do real madrid vai ver o sporting-barça.

[e juro que ainda não sabia nada disto.]

tinha cara de urso e era tão enfadonho que os amigos lhe chamavam tédio bear.

red alert

já vi daqueles pais natais pendurados nas varandas.

o lado errado da cama

por motivos que não vêm ao caso (metam-se na vossa vida), na mesa de cabeceira ao lado da cama onde acordei no domingo passado estava um livro, chamemos-lhe assim para evitar que o caso se chateie. na capa desse livro dizia o seguinte: Nicholas Sparks Um homem com sorte. apesar do sobressalto, não voltei a pensar muito nisso (no livro, não no caso). mas, com aquela força com que a latência se transforma em epifania, umas horas depois percebo que é isso mesmo. nicholas sparks, um homem com sorte.
nicholas sparks: um homem com sorte. e talvez esta frase quase inocente resuma afinal grande parte da história da literatura contemporânea.

segunda-feira, novembro 24, 2008

promoção

queres ir à borla comigo?

a julgar pela quantidade de vezes que um gajo é enrabado, faria muito mais sentido chamar-lhe procura passiva de emprego.

it's all about the money

há decisões que se impõem: trabalhar, apostar no euromilhões ou aprender a jogar poker.

sexta-feira, novembro 21, 2008

um gajo desculpa-lhe tudo



Scarlett Johansson - innocent when you dream

ideia para programa de rádio

para quê informações sobre o trânsito? eu sei que estou na segunda circular e que há congestionamento. que todos os dias é a recta dos comandos, são os cabos d'ávila, a calçada de carriche (só há uns meses percebi que não era calçada de carris). e o ic 19, junto a rio de mouro. e que entre as seis e as oito da tarde a coisa fica mais preta (e isto não é piada a rio de mouro).
para quê dois a três minutos de inutilidades sobre os sítios onde há muitos carros aglomerados? aliás, os carros, movidos por uma qualquer e estranha força invisível, aglomeram-se sempre nos mesmos sítios e às mesmas horas. enfim, entediam de tão previsíveis.

para quando um programa de rádio, dois a três minutos por hora, com indicações sobre a localização das miúdas giras? eu quero lá saber do eixo norte-sul. eu quero é que me digam, por exemplo, que está uma miúda de olhos verdes e vestido curto na zona da restauração do colombo, ou aquela loira de calças de ganga justas ali na paragem do 42, na ajuda. com especial atenção para as horas e locais de maior tráfego, como o ispa à hora de saída das aulas. isto tudo com um número verde gratuito para troca de informações, claro. isto sim, era serviço ao público.

quinta-feira, novembro 20, 2008

eu também pensava que era impossível baixar o nível disto

o bibi era uma espécie de guterres da pedofilia. era o gajo que arranjava blowjobs for the boys.

por falar nisso

cabo verde é um militar do sporting?

entretanto

a tvi, vá-se lá saber por quê, transmitiu um treino da selecção brasileira. e foi muito giro.

gaffes: é fazer as contas.

assim de repente e de memória, a manuela ferreira leite (que pouco fala mas muito diz) já disse que a paneleiragem não deve casar mas deve fazer outra coisa qualquer, qu'isto do casório ou é para germinar ou não vale nada, que as obras públicas baixam o desemprego de cabo verde e da ucrânia, que não deve ser a comunicação social a seleccionar o que transmite, ou que se calhar seria bom seis meses sem democracia para pôr tudo na ordem. o cavaco, que enquanto primeiro-ministro queria que o deixassem trabalhar e que na campanha pouco abriu a boca, diz que não tem opinião sobre quase nada a não ser que duas pessoas com base na mesma informação devem ter sempre a mesma opinião, mas enquanto presidente quis muito celebrar o dia da raça.

um comunista levanta a voz e lá vêm o estaline e a coreia do norte ao barulho. o sócrates às duas por três é fascista, num claro insulto aos fascistas deste mundo. um presidente da república e uma ex-ministra da educação, ex-ministra das finanças e ex-candidata a primeira-ministra - duas pessoas com claros problemas de convívio com outros seres humanos - dizem estas alarvidades e, no entanto, devido a uma qualquer e insondável moratória, tudo isto não passa de gaffes, lapsos, ou - pasme-se - exercícios de ironia. o dom da palavra não se compra muito menos se nacionaliza, mas neste caso a torpeza oratória parece estar de mãos dadas com a pobreza de espírito e dizer que a manuela ferreira leite se dedica amiúde à ironia é um insulto à ironia. se a ironia desconfia, um dia destes há um líder da oposição a sério em portugal.

quarta-feira, novembro 19, 2008

smells like tinto spirit

ah, a velha e esquecida arte de postar com os copos.

o chefe de culinária amnésico

já não se lembrava como se faziam as batatas de cor e salteadas.

terça-feira, novembro 18, 2008

tudo isto é parvo

o fado é triste porque no fundo não passa de uma foda trocada.

a manuela ferreira leite acha que seria bom seis meses sem democracia. eu sou mais comedido e já me contentava com seis meses sem manuela ferreira leite.

segunda-feira, novembro 17, 2008

um poeta sem talento

alinhava semi-ideias
e chamava-lhes poemas.
mas eram apenas frases
com problemas no enter.

sopa de legumes

será que dá muito trabalho aos senhores que escrevem as ementas dos restaurantes se forem um bocadinho mais específicos?

"quando o mar está calmo, qualquer um é timoneiro".

há coisas para as quais não se está preparado. e durante o relato do sporting-leixões na antena 1, foi citado públio siro.

quarta-feira, novembro 12, 2008

da série: grandes frases para t-shirts

o definitivo regresso ao passado

depois dos militares descontentes e das nacionalizações, um programa do júlio isidro.

cada vez que assumo que não gosto do meu blogue atiram-me, naquele tom como que a desafiar o que intuem como falsa modéstia da minha parte um «então porque é que escreves?» (o que no fundo não passa de uma versão refinada do real "por qué no te callas?"). nunca soube responder(-me) a isto. por que escrevo apesar de não gostar do meu blogue? a questão é que não escrevo apesar de não gostar do meu blogue. escrevo precisamente por não gostar do meu blogue. abro o blogue e não gosto do que vejo. então escrevo mais para deixar de ver o que vejo. até ver, com manifesta ineficácia.

este ano atrasei-me, desculpem lá. bom natal.

não tenho nada contra o facto das ruas e centros comerciais terem decorações de natal desde o fim de outubro desde que, mantendo o raciocínio, as tirem no fim de novembro.

ao cuidado dos grafitters de lisboa









(e por aí fora)

terça-feira, novembro 11, 2008

um filme porno, com a bo derek de chelas.

amazona J.

em que ano é que saiu aquela lei que obriga todos os concursos da noite na rtp a ser apresentados pelo malato ou pelo jorge gabriel?

apito baptizado

carlos xistra, cosme machado, elmano santos, lucílio baptista, olegário benquerença.

o principal problema da arbitragem são os nomes.

segunda-feira, novembro 10, 2008

a paddy ainda não sabe mas passou-me o seguinte desafio:

1. Publicar uma foto pessoal: é escolher uma foto das que andarem por aí. são todas pessoais porque foram tiradas por mim ou, no caso da scarlett, foram tiradas a pensar em mim.

2. Escolher uma banda ou um(a) cantor(a): tony carreira. óbvio.

3. Responder a umas pequenas questões com base em títulos de músicas da banda ou do(a) cantor(a) escolhido no ponto anterior:
a) És homem ou mulher? "sonhos de menino"
b) Descreve-te: "vagabundo por amor"
c) O que as pessoas acham de ti? "deixa-me em paz"
d) Como descreves o teu último relacionamento: "quem esqueceu não chora"
e) Descreve o estado actual da tua relação com o teu namorado ou pretendente: "se acordo e tu não estás"
f) Onde querias estar agora? "sabes onde eu estou"
g) O que pensas a respeito do amor? "
mesmo que seja mentira"
h) Como é a tua vida? "o que vai ser de mim"
i) O que pedirias se pudesses ter só um desejo? "carinha laroca"
j) Escreve uma frase sábia: "é melhor (dizer adeus)"

não há como negá-lo: o paulo bento tem razão. isto já mete nojo. e isto não tem nada a ver com a equipa de arbitragem.

o (d)efeito bradley

também eu prometo muito; nas sondagens todas me acham piada, mas na hora da verdade nenhuma quer nada comigo.

sexta-feira, novembro 07, 2008

sarah palin*

"Africa is a nation that suffers from incredible disease."

o george w., junho de 2001.

quinta-feira, novembro 06, 2008

são os loucos de lisboa (iii)

gajo pendurado, elevador de santa justa.

quarta-feira, novembro 05, 2008

são os loucos de lisboa (ii)

já vi um cheio de gente, com fila até à porta, no jumbo de alfragide*. e há pelo menos outro para abrir ali ao lado dos pastéis de belém. ignoro mas deduzo que haja outros por aí. ir ao starbucks em lisboa faz tanto sentido como ir à telepizza em roma.

*sim, eu sei que não é lisboa-lisboa.

são os loucos de lisboa

eram nove e tal da noite. na rua, um artista de calções e chinelos e uma senhora que falava com o cão no fim da trela e o tratava por você.

o outro 4 de novembro

tinha um objectivo para hoje: não pôr aqui uma foto do obama. mas só para mandar o dabliu mais para baixo, passo.

and we won't forgetive you

a grande notícia da noite (para mim)

o ralph nader afinal candidatou-se.

terça-feira, novembro 04, 2008

dos contentores

não tenho qualquer opinião sobre os contentores, mas tudo o que seja limitar a vista para a lisnave parece-me positivo.

segunda-feira, novembro 03, 2008

é um escândalo isto não ser notícia de abertura dos telejornais

eu quero lá saber da nacionalização do bêpêéne ou que as forças continuem armadas em parvas.

o passe do aimar, caralho, o passe do aimar.

oh, bama.

se por acaso (ou intervenção divina) o obama não ganha, a excessiva cobertura extra campanha (com expoente máximo nas reportagens dum enviado especial da rtp já na aldeia do quénia) vai fazer tanto sentido como falar da alemanha no mundial de 86.

ar de parvo

por que é que 1000 ares se dizem 10 hectares e não 1 kiloare?

dissionário alternativo #7

alpista: seguidor do alpismo, religião fundada nos finais do século xx, com base na crença de que é possível escalar os alpes de bicicleta. teve o seu maior profeta em marco pantani.

mash up

uma mistura entre beatles à frente e tony carreira atrás.

tenho um cabelo ridículo.

sábado, novembro 01, 2008

não consigo desejar muito mal às pessoas.

que o diabo seja zarolho, tenha uma otite, e seja gago, vá.

quinta-feira, outubro 30, 2008

manifesto [experiência comprovada]

[av. prof. gama pinto, lisboa.]

quarta-feira, outubro 29, 2008

cocó

deixemo-nos de rodeios, que a questão é muito simples: não há singular de fezes. e, portanto, das duas, uma. ou um cagalhão nunca vem só, ou isto é tudo uma grande merda.

deve ser a isto que se chama estar à frente do tempo

nunca gostei dos madredeus.

terça-feira, outubro 28, 2008

não consigo dormir com estas dúvidas

por que é que uma torrada são duas fatias de pão e, por conseguinte, meia torrada é - estúpida e ridiculamente - uma fatia de pão?

posta mista

é com algum escândalo que venho constatando, de alguns anos a esta parte, que a tosta mista tem vindo a ser subvalorizada na cultura ocidental, tendo-se esta rendido aos prazeres mais imediatos de um hamburger (dantes dizia uma hamburger). no entanto a importância histórica e o mérito da tosta mista no seio (dantes dizia teta) da civilização tal como a conhecemos não pode ser mascarada com recurso a subterfúgios (dantes não sabia escrever subterfúgios) derivados de uma hipócrita e falsa moralidade bem patente nos responsáveis políticos e económicos que nas últimas décadas tenderam a minorar os prazeres da referida tosta mista enquanto pilar fundamental da alimentação no mundo desenvolvido, nomeadamente no mundo masculino, solteiro e deprimido (ia rever o conteúdo destúltima frase, mas já passa das quatro da manhã - hora antiga -, por isso, siga). escalpelizemos. a tosta mista é incrivelmente mais fácil de fazer do que um hamburger, dá menos trabalho e demora menos tempo. outra vantagem não discipienda prende-se com o facto da tosta mista fazer as vezes de qualquer refeição, com inigualável sucesso. de um simples pequeno almoço (se acompanhada por um leite quente com nesquik ou um yoggi de banana) até um faustoso jantar (desde que acompanhada por cerveja ou coca-cola - nunca pepsi). é, pois, com indisfarçável mágoa que vejo a tosta mista ser maltratada em inúmeros estabelecimentos de maior ou menor nomeada e vilmente ignorada pelo maquedonaldes. o que se passa no mundo da tosta mista adquire contornos de escândalo que urge combater. exagero? não creio. começemos pelo preço: as fatias de fiambre e queijo necessárias à digna confecção da tosta mista não justificam os criminosos preços que se praticam pelos responsáveis da restauração. não tenho conhecimento de que o preço da tosta mista esteja indexada ao barril de brent ou à euribor, mas pode não passar de ignorância da minha parte. qualquer coisa acima dos trezentos paus na moeda antiga (dantes dizia só trezentos paus) deveria ser considerado atentado à saúde pública. mas, quiçá mais importante do que o aspecto monetário são as atrocidades a que o queijo e fiambre se vêem sujeitos, sendo muitas vezes assassinados no meio de duas fatias de panrico que se desintegram no trajecto prato-mão-boca. o ideal é pão alentejano, mas, mesmo na impossibilidade de pão alentejano, nunca (inserir maiúsculas neste nunca) nunca fazer tostas mistas com fatias de panrico. servir tostas mistas a outrém com recurso a duas fatias de panrico deveria ser passível de obrigar os responsáveis a ler os livros do josé rodrigues dos santos ou, se quisermos ser meiguinhos, a linchamento público. outro aspecto essencial: o tempo de tostação, chamemos-lhe assim. há cada vez menos respeito pelo tempo de tostação. se não quero morder fiambre frio, muito menos quero ferrugem. é preciso deixar o queijo derreter, o que é diferente de o deixar incinerar. o que nos leva para um pormenor de não menos pertinência: a proporção queijo/fiambre ideal numa tosta mista. estudos científicos feitos por este que vos maça ao longo de mais de uma década revelam que a proporção ideal é de duas partes de queijo para uma de fiambre. a proporção queijo/fiambre (tão esquecida por quem de direito) é essencial para uma porção suficiente de queijo derretido capaz de, num movimento tipo chiclet, chegar a dez centímetros da boca sem se descontinuar. esta proporção é independente do número de fatias ou do tamanho da tosta mista a confeccionar, mas notar que, em caso de uso plural de fatias, reveste-se de vital importância a alternância queijo-fiambre-queijo-fiambre e assim sucessi... you got it, de modo a que o queijo derreta mais facilmente e num período de tempo que permita não queimar a côdea do pão e, por exemplo, três fatias de fiambre nunca fiquem em posição não alternada, o que daria o aspecto e a textura de um bife, à luz do tacto dental. e se eu quisesse comer um bife dentro de duas fatias de pão ia ali à praça de espanha mamar uma bifana.


nota: no final, a tosta mista é para barrar com manteiga, de preferência apenas de um dos lados, de preferência do lado de cima, de preferência com margarina vegetal, de preferência flora ou planta.

segunda-feira, outubro 27, 2008

mudança de hora

imaginemos:
um indivíduo nasce na madrugada de sábado para domingo à uma e meia da manhã. 45 minutos depois (após as palmadas, o choro e a lavagem automática) vai-se a ver e falece.
certidão de nascimento: 26/10/2008; 01.30h.
certidão de óbito: 26/10/2008; 01.15h.

e então? nada, era só isto.

quinta-feira, outubro 23, 2008

diazepan

por motivos puramente terapêuticos, andei a fazer isto.
então mas isto, o quê? ó pá, isto. mas estás surdo, ou quê?

e quem não carregar no link é ovo podre.

quarta-feira, outubro 22, 2008

era uma vez um cão, um gato e um rato. o cão morreu. o gato também. era uma vez um rato. e ninguém quis ouvir a história de um rato.

as pessoas

«people either love me or they hate me. or they don't really care.»

[banksy, wall and piece.]

banksy (ii)

sábado, outubro 18, 2008

na óptica do utilizador

estava a construir uma base de dados quando teve um access de fúria.

levantar uma dúvida

sempre que oiço a expressão "crescimento zero" nunca sei se estão a falar da economia ou da disfunção eréctil.

quinta-feira, outubro 16, 2008

a minha vida dava um sms.

sms amigo questiona-me «então, já sabes para onde vais?». respondo, como não podia deixar de ser, com a verdade: «ainda não sei. mas vá para onde for vou amanhã, que hoje não me apetece». e enquanto esperava pelo relatório de entrega percebo que resumi a vida numa mensagem.

made in tusa

[vi-a aqui]

baralha e volta a dar

a poesia é uma coisa demasiado séria para ser deixada nas mãos dos poetas.

semi roubado a uma espécie de amigo

tirando o camões e o josé cid, não conheço ninguém que não tenha mais olhos que barriga.

breve história de um sonho

naquela manhã de outono acordou com o telefone a tocar. do outro lado, uma voz rouca anunciava-lhe a contratação para um novo emprego na maior empresa do mundo. as suas funções seriam ler livros, ver filmes e ouvir música. horário livre à escolha e quatro folgas por semana. um milhão de euros por mês de ordenado base, mais bonificações se também lesse blogues. livres de impostos e sem descontos para a segurança social. reforma aos quarenta com uma pensão de outro milhão de euros por mês. naquela manhã de outono acordou com o telefone a tocar. mas como era um número privado não atendeu.

as eleições americanas explicadas às crianças.

a esquerda gosta do obama. a direita não gosta do obama porque a esquerda gosta do obama. a direita que não gosta do obama critica a esquerda que gosta do obama porque diz que o obama não é de esquerda. isto não faz muito sentido, mas vocês têm que aprender que o mundo é um lugar difícil.

isto tem um nome e eu acho que é: parvoice.

era uma vez uma mulher descalça e outra calçada. a descalça era espanhola e a calçada portuguesa.

terça-feira, outubro 14, 2008

bola ao post

há, contas por alto, quatro ou cinco tipos de posts extremamente irritantes.

tipo i_ posts que falam sobre posts do abrupto. entre outras razões porque não os percebo (aos posts, apesar de também não perceber as pessoas que falam sobre posts do abrupto), uma vez que o meu browser mental não me deixa aceder ao abrupto.

tipo ii_ posts com vídeos do youtube em que não é mencionado o conteúdo. por duas razões fundamentais. uma: raramente há paciência para estar a ver vídeos do youtube sem saber o que lá vem. outra: às vezes quero lembrar-me em que blogue vi determinado vídeo, mas a falta de menção ao conteúdo impossibilita quaisquer efeitos positivos ao nível da pesquisa no blogsearch ou naquele rectângulo ali em cima naquela barra inestética que já ouvi dizer que dá para tirar dali mas ainda não possuo as competências para o efeito, nem tão-pouco estou em condições de asseverar o grau de certeza deste boato.

tipo iii_ posts da categoria "não nomeio os meus amigos porque eles sabem quem são": posts com referências privadas para apenas alguns receptores da mensagem a perceberem em todo o seu alcance. às pessoas, chamemos-lhes assim, produtoras de posts deste tipo, uma novidade: o mail, caralho.

tipo iv_ posts com imagens de bilhetes para concertos aos quais eu, por uma razão ou por outra que não importa aqui elencar mas que mormente se prendem com a falta de algarismos suficientes no saldo da conta bancária, não posso ir.


[ps: quando chegares à porta da aula magna manda mensagem.]

sábado, outubro 04, 2008

sexta-feira, outubro 03, 2008

da bola

sou só eu ou se o benfica não ganha aquilo o josé carlos soares* suicidava-se?

*era ele, não era?

quinta-feira, outubro 02, 2008

projecto do dia

descobrir um café em lisboa com benfica tv.

(caixa de comentários e correio electrónico abertos a informações e sugestões)

quarta-feira, outubro 01, 2008

deste lado da barricada (ou porque há coisas que não foram feitas para coexistir pacificamente)

nesquik ou cola-cao? nesquik.

yop ou yoggi? yoggi.

real madrid ou barcelona? real madrid.

xp ou vista? xp.

sagres ou superbock? sagres.

pepsi ou coca-cola? coca-cola.

cristiano ronaldo ou kaká? messi.

declaração de princípios

o charles bronson ainda é o topo da minha escala de mohs.

shot gunners

sim, vi o jogo do porto. sim, ri-me muito. quer dizer, aquilo não foi bem o porto. aquilo era uma mistura entre a defesa do benfica, o ataque do sporting e o guarda-redes da selecção nacional.


[já não via na televisão (fui às antas ver o real madrid jogar a passo e ganhar dois um aqui há uns anos) um jogo completo do porto em que o benfica não estivesse em campo desde a final que o meu mónaco perdeu injustamente. antes disso, só quando o equipamento do porto dizia revigrés, o jogo era comentado pelo gabriel alves, os árbitros eram os calheiros e o domingos sofria um penalty aos 94'.]

por motivos de higiene não escrevo a sigla.

parece que aquele bando de cabeças rapadas por fora e por dentro colocou outro outdoor numa avenida de lisboa. e parece que isso foi notícia. mas aí há dois anos andaram autocolantes espalhados por multibancos da amadora com o mesmo grafismo e mensagem do género. a população da amadora, que eu tenha dado conta, ignorou-os com elevada taxa de sucesso. já a comunicação social insiste em dar tempo de antena aos meninos xenófobos mimados.

coisas que me inquietam

que doença tinha o queijo curado?

pareceu-me

isso é uma fotocópia ou é só impressão?

terça-feira, setembro 30, 2008

um post sobre o subprime americano

quinta de cabriz 2006 a 2,82€.
pack de 24 minis a 4,84€.
no jumbo.

quinta-feira, setembro 25, 2008

infarmerda.

rir é o melhor remédio, disse ele, antes de tomar uma aspirina.

===

rir é o melhor remédio, disse ele, que ainda não conhecia o valium.

===

rir é o melhor remédio o caralho, disse ele, que sofria de insónias.

quarta-feira, setembro 24, 2008

johnny cash, the mercy seat.

segunda-feira, setembro 22, 2008

tão básico que não resiti

e a emel não multa o crédito mal parado?

teoria do equilíbrios ii

o oceano pacífico da rfm (a rádio das grandes músicas e dos pólo norte) deve ser a banda sonora da concepção de muitos bebés. mas deverá igualmente ser responsável por muitos acidentes rodoviários por adormecer pessoas ao volante.

fui ver as gravuras rupestres de foz côa e acho que aquela malta não tinha muito jeito para o desenho.

vi ontem na sic (não, não estava em casa) um aglomerado de clichés a que pretensiosamente denominaram reportagem sobre acompanhantes de luxo. entre cada cliché, tanto profissionais como clientes repetiram à exaustão que não se trata de sexo. ou que não se trata só de sexo. que não há obrigatoriedade de sexo. um dos clientes entrevistados chegou a dizer (com visível auto-orgulho) que passou uma noite inteira com uma acompanhante sem sexo, só a falar de política e futebol. e que não interessa só sexo, que muitas vezes as acompanhantes são contratadas para companhia em jantares e viagens. que se pague para ter sexo, compreendo perfeitamente. agora que se pague para aquilo que um homem tem que suportar até ter sexo, não faz sentido nenhum.

prioridades trocadas [ou: a quinta da marinha não é assim tão longe]

passados o susto e a congregação de xenofobia que se instalou no prédio durante a instalação da fechadura nova, penso no meu papel de "quase" (?) vítima de assalto. estamos a falar de um tê-zero num subúrbio de lisboa. recheio valioso que poderia ter perdido? assumindo que não me levariam os dossiers com dados científicos ainda não publicados, estamos a falar de uma televisão que não apanha a sic e de um leitor de dvd's - o mais barato da fnac. a coisa mais cara que tenho em casa é um colchão do ikea (agora superado pela nova fechadura). ao contrário do que os meus vizinhos xenófobos concluíram na congregação, o país não tem um problema de criminalidade violenta. a criminalidade violenta é que tem um problema. de estupidez.

bope

cheguei a casa e a porta tinha um buraco no lugar da fechadura. a minha perspicácia não tardou a exclamar "foda-se, fui assaltado". mas, incrivelmente, quando estavam a menos de um pontapé de distância, os meliantes não chegaram a entrar em casa (ou disfarçaram muito bem e não levaram nada). umas horas mais tarde fui efectivamente roubado no preço de uma fechadura nova.


sexta-feira, setembro 19, 2008

teoria dos equilíbrios

a teresa guilherme passou os big brothers a tentar arranjar casamentos. agora tenta destruir casamentos. é justo.

gostava muito de conhecer este gajo

vi isto num site de murcia. e pensei: "eh pá, o engraçado era fazer isto aos gajos da emel." e depois reparei no remetente do envelope.

quarta-feira, setembro 17, 2008

[Thessaloniki, 2005]

segunda-feira, setembro 15, 2008

sobre a irreversibilidade

reatar namoro com ex-namorada é como querer recuperar o gás da coca-cola.

epifania ontem à noite

h é a única letra do alfabeto a 23 cujo nome não se escreve com a própria letra.

o tempo passa,
os dias-a-diam-se.

os sonhos acordam,
quando dantes dormiam.

os cães cagam,
a caravana pára.

o calendário engana as rugas,
mas os espelhos não mentem.

ninguém me acorda,
e a noite passou.

ninguém paga a cerveja
e morre-se à sede.

a merda é muita
e as latrinas já fedem.

o mapa é falso
e a vida perdeu-se.

a bola ainda rola,
mas benfica não ganha.

em princípio cada um faz o que pode,
a fingir que tudo isto faz sentido.
no meio disto ninguém fode,
mas no fim está tudo fodido.

marcello mastroianni: «nós eramos comunistas.»
sofia loren: «tu eras comunista. eu tinha catorze anos.»

[Prêt-à-Porter, Robert Altman.]